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CAMINHOS DO ROMÂNTICO
Palácio de Cristal: nave central, c. 1920 S/n; s/l. Arquivo Histórico Municipal do Porto
Os Caminhos do Romântico abrem a cidade a um rizoma de temas que percorrem o ideário Romântico portuense. Em 2022, o Museu da Cidade apresenta a reativação deste projeto originalmente criado no âmbito da Porto 2001 por uma equipa liderada pela Arquiteta Graça Nieto.
O potencial que o vale de Massarelos nos oferece é notável a várias dimensões. Um dos aspetos mais marcantes prende-se com a persistência de jardins públicos e privados planeados durante o século XIX, de que são exemplo as quintas e as casas burguesas, onde espécies vegetais autóctones e exóticas criam uma mancha verde muito apetecível, fazendo-nos render a um espírito contemplativo e de fuga ao mundo citadino. O elemento água, sempre presente, reforça toda a ambiência romântica pontuada por chafarizes, fontes e lavadouros alimentados pelo Ribeiro de Vilar que se funde no Rio Douro, trazendo mais moldura ao horizonte. O contraste desta vivência pacata com o bulício industrial Oitocentista que se instalou junto ao rio é outro dos traços identitários desta área estendida em socalcos serpenteados por caminhos estreitos de altos muros. Uma paisagem que ora se oculta, ora se revela, numa relação do corpo, espaço e história.
Lançando um novo inquérito à história e ao território do Vale de Massarelos, este programa terá a sua continuidade pela pesquisa do Grupo de Trabalho dos Caminhos do Romântico, entretanto constituído.
Outros enquadramentos e discursos sobre a herança que caracteriza este lugar e a ação do seu legado na contemporaneidade serão desenvolvidos por especialistas em diferentes áreas, convidados a integrar este processo em sessões especiais no penúltimo sábado de cada mês.
A partir de dia 19 de Abril, no decorrer de duas semanas e em dois horários possíveis, serão apresentados os quatro percursos iniciais dos Caminhos do Romântico:
Percurso Personalidade: Carlos Alberto
Ponto de encontro: Praça Carlos Alberto
É precisamente no dia em que Carlos Alberto da Sardenha chega à cidade do Porto, há 173 anos, que se marca a apresentação do novo programa dos Caminhos do Romântico. Este percurso passa por lugares de memória da sua estadia no Porto, destacando as três moradas que escolheu como residência.
Percurso da Indústria
Ponto de encontro: Extensão do Romantismo
Na paisagem de Massarelos avultam-se vestígios de fábricas, de armazéns e oficinas, de linhas de caminhos-de-ferro e pontes, de bairros operários e ilhas, e umas tantas memórias de um tempo áureo, que teve no antigo edifício do Palácio de Cristal um notável exemplo.
Percurso da Natureza
Ponto de encontro: Jardins do Palácio de Cristal (Entrada)
O recurso aos elementos naturais intensifica-se com o decorrer do século XIX, numa persistência espiritual que ganha particular sentido nos dias de hoje.
Percurso da Água
Ponto de encontro: Jardins do Palácio de Cristal (Entrada)
O elemento água constitui-se como uma presença constante, se por um lado o modela de forma espontânea, por outro é pretexto para transformações humanas do território materializadas por chafarizes, fontes, lagos, moinhos ou canais no topo dos muros.